domingo, 19 de outubro de 2008

Debate na Record: Kassab e Marta esquecem propostas e atacam gestões

Em um encontro marcado por ataques duros e a quase ausência de propostas, os candidatos Gilberto Kassab (DEM) e Marta Suplicy (PT) voltaram a priorizar neste domingo (19), em debate realizado pela TV Record, acusações mútuas sobre suas administrações frente à Prefeitura de São Paulo.

Mediado pelo jornalista Celso Freitas, este é o segundo confronto entre os adversários na televisão no segundo turno antes das eleições de 26 de outubro. Enquanto Marta centrou os ataques na área do trânsito, atribuindo ao adversário o caos em que se encontra a cidade, Kassab trouxe listas contra a petista e a ironizou pela criação de taxas.

No penúltimo bloco, Kassab tentou atrelar Marta ao escândalo do "Mensalão", enquanto a petista acusou o prefeito de querer cobrar pedágio urbano na cidade.

Marta leu proposta polêmica que prevê pedágio urbano, questão utilizada no último debate na TV Bandeirantes, para alfinetar o prefeito -o projeto chegou a ser apresentado, e posteriormente retirado, por Kassab. "A ex-prefeita é traumatizada com taxas. Ela cometeu tantos equívocos que tinha até um apelido na sua gestão. Até hoje ela é conhecida por esse apelido", atacou o prefeito. "Enquanto eu for prefeito, não terá pedágio", garantiu.

Em seguida, Marta citou projeto apresentado pelo líder do DEM, Apolinário, que prevê o pagamento. "Você quer enganar quem? Quanto vai custar o seu pedágio", questionou Marta.

"Não é porque é vereador do meu partido que eu não vou discordar. Eu discordo, ele errou. Você é que não discordou do Delúbio, do 'Mensalão'", disse Kassab. Marta sentiu-se ofendida e pediu direito de resposta, que não foi concedido.

Kassab afirmou que Marta preferiu fazer túneis em bairros ricos. "Os túneis foram obras que eu me orgulho. Foram feitos nos lugares certos. E você está cansado de saber." Em seguida, acusou: "Cite uma obra que você tenha feito nessa cidade que não tenha sido eu que comecei. Fale a verdade Kassab". A platéia aplaudiu.

Embalada, Marta continuou com a fala rude em tom acusatório, questionando Kassab sobre a cracolândia e a recuperação do centro. "Hoje está pior", disse. "Marta, os recursos que nem você e nem o Pitta gastaram, não foram gastos porque vocês não tinham projeto. E nós estamos investindo. Nada adianta investir recursos em maus projetos. Vejam-se os túneis. Eu não estou preocupado em colocar meu nome em placa."

"Começa com uma inverdade, dizendo que eu não gastei esse dinheiro em quatro anos. Nós fizemos os projetos, fizemos o mercado municipal. O que vocês tiveram foi uma incapacidade de pensar e de ver os projetos que estavam ali e continuar", argumentou Marta.

Kassab voltou a listar problemas da gestão Marta e questionou a adversária: "Por que a cidade estava falida? O que deu errado no seu governo?" A petista, mais uma vez, levantou a voz. "A população sabe o caos que vocês criaram no transporte. O que elas não sabem ainda é que os projetos em que você se afirma foram idealizados na minha gestão. Os CEUs, as pessoas falam que não têm mais teatro."

Kassab debruçou-se sobre a mesa e novamente ironizou: "Era uma administração [a de Marta] que gostava muito de licitação. O meu governo é especialista em obras."

Terceiro bloco

O bloco foi marcado por manifestações da platéia a cada vez que Kassab lia listas trazidas por ele contra a gestão Marta, iniciativa ironizada pela petista. Os candidatos também trocaram ataques sobre a área da saúde e disputaram o Bilhete Único na cidade.

Questionada sobre se, por não mais liderar as pesquisas na disputa, algo teria dado errado em sua campanha, Marta afirmou: "Acho que não deu errado. Acho que estamos ainda sem urnas abertas. No primeiro turno, todos bateram em mim porque estava na frente. Essa cidade pode ser mais humana ao abrirem-se as urnas", disse a petista.

Mais uma vez, Kassab alfinetou Marta. "As pessoas puderam ver o que era a gestão Marta." Segundo ele, na época dela tinha obras paradas, escolas de lata, atraso na entrega de material escolar, máfia da catraca, entre outras críticas lidas pelo candidato, que trouxe listas contra a adversária. "Que interessante, Kassab, tudo o que você citou fui eu quem criei", rebateu Marta. "E eu vou por pra carregar na catraca de novo, porque você tira os benefícios das pessoas. É maldade", criticou.

As ironias do prefeito continuaram em questionamento sobre atritos com Geraldo Alckmin (PSDB) no primeiro turno. Kassab disse que o apoio do ex-governador e ex-adversário na disputa não o constrange. "Ele acha que nosso governo é melhor. E volta aqui a listinha", apontou Kassab, que voltou a ler uma série de críticas trazidas por escrito contra a adversária, além de outra, com seus projetos realizados. "Tem prefeito que não sabe dizer o que fez, né, tem que ler", finalizou Marta.

Em seguida, Kassab reforçou que não aumentará a tarifa de ônibus em 2009. "Estou muito tranqüilo em relação ao nosso orçamento", disse. Marta aproveitou para criticar novamente o prefeito na área do transporte. "Eu, quando governei, foi com muito pouco. R$ 10 bilhões a menos. E nós conseguimos dar um salto extraordinário no transporte", disse Marta, que não apenas prometeu congelar a tarifa, como reafirmou investimento no metrô -a proposta de investimento do governo federal foi questionada no primeiro turno, por não estar prevista em orçamento.

Segundo Bloco

A primeira pergunta do segundo bloco foi feita por Kassab, que questionou Marta sobre a suposta "falta de remédios em seu governo". "Olha Kassab, você deveria saber melhor que eu, porque você deixou para mim o PAS. Não tinha um remédio na cidade", atacou. "Nós fizemos um salto gigantesco." Ela também rebateu afirmação de Kassab sobre "taxa de coxinha". "Isso são debates internos de dentro de uma prefeitura."

"Quem depende de remédio está torcendo para a prefeita não voltar", disse Kassab. "Ela teve quatro anos para governar. Há mais de três anos não temos problemas de remédio e vamos ampliar", prometeu. "Levou quatro anos para recuperar o que você deixou", rebateu a petista, que alfinetou Kassab ao afirmar que, em sua gestão, tinha R$ 10 milhões a menos de orçamento.

Ao perguntar a Kassab sobre a questão do trânsito, Marta disse que o candidato não fez os corredores que prometeu. "Que corredor você fez? Nem para ultrapassagem, nem sem. Simplesmente não fez. E a população sofre, você não está nem aí com as pessoas. Agora fica apresentando um cheque de metrô e as pessoas perguntando cadê o corredor", criticou.

"Nós temos responsabilidade, planejamento. Não podemos é ter pressa para inaugurar de qualquer jeito. Se demorar, paciência, o próximo prefeito que, se Deus quiser serei eu, vai inaugurar", rebateu. "Você não conseguiu fazer uma licitação importante nessa cidade", retrucou Marta. "O que você fez de criativo nessa cidade?"

Primeiro bloco

No primeiro bloco, a primeira pergunta foi respondida pelo candidato à reeleição Gilberto Kassab sobre o conflito entre as polícias civil e militar ocorrido na última quinta-feira (16) na capital e afirmação do governador José Serra (PSDB), que atribuiu o conflito ao PT.

"A greve não é o melhor caminho. O deputado Paulo Pereira da Silva (PDT), da aliança da nossa adversária, há uma semana, publicamente, já organizava manifestação a favor desse confronto. O caminho é o diálogo. Tenho certeza de que Lula, como presidente, vai consultar o governador e se colocar à disposição para resolver com diálogo", afirmou Kassab. "Fiquei indignada com o que aconteceu. Achei uma provocação e uma manifestação eleitoral [de Serra]", respondeu Marta.

Em seguida, Marta comentou sobre propaganda que questionava a vida pessoal do prefeito. "Essas perguntas foram testadas por marqueteiros e ninguém viu aquelas perguntas como malícia. O que aconteceu depois que influenciou", afirmou a petista, alfinetando a interpretação feita pela imprensa. "As pessoas não sabiam que ele era do PFL, foi importante para as pessoas conhecerem que é o candidato. Eu sou a pessoa que mais defendeu direitos humanos, minorias, sabem que eu nunca seria parceira de uma coisa que pudesse gerar isso", completou.

Início

Ao chegar à sede da emissora, Kassab disse que, "se alguém quiser ganhar no tapetão, isso não vai acontecer". "Confio na Justiça", alfinetou o candidato, referindo-se ao referia-se ao pedido de cassação de candidatura apresentado pela petista durante a semana.

"Estou muito animada, ninguém pode sentar na cadeira de prefeito antes da hora", disse Marta ao chegar. Ela também comparou a disputa política ao futebol. "Chegou no finzinho e o Palmeiras empatou", afirmou sobre o jogo deste domingo com o São Paulo

Fonte:UOL

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